segunda-feira, 14 de abril de 2008

O meu banco de jardim.


Era uma tarde de Outono, as folhas, já secas, voavam com o vento e aterravam bem longe do meu banco de jardim, aquele em que estava sentada à tua espera.
Esperava que aparecesses, como de um momento para outro fosses cruzar aquela rua, aquela ali, a que está mesmo a minha frente, e viesses sentar do meu lado.
Só queria que me fizesses companhia numa tarde tão cinzenta como aquela, que falássemos até não haver mais assunto, esgotássemos as palavras e ficássemos em sintonia quando o silêncio se fizesse ouvir.
A chuva começava a cair e ainda não havia um único sinal teu. Estava decidida a permanecer no mesmo lugar, nunca me cansei de te esperar, não será diferente agora.
Já sentia o meu corpo gelado, quase imóvel de tanto frio, mas nada me fazia sair daquele sítio, iria esperar que voltasses para perto de mim.
Alguém passou apressadamente a minha frente, não lhe consegui ver o rosto, nem nada que me ajudasse a identificar, mas apesar de ser invisível aos olhos, senti que eras tu.
- Imaginei que estivesses aqui, não desistes, pois não? – Disse-me ao ouvido num tom calmo e sereno.
Encostou-me ao seu peito, protegeu-me da chuva inquietante com o seu minúsculo guarda-chuva e tentou aquecer meu corpo gélido com um abraço confortável.
- Enquanto te amar, enquanto ainda houverem forças em mim, nunca desistirei de te esperar.

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