quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Depois de ti resta isto.


A chuva que pensava não existir, molha-me o rosto como lágrimas minhas e o vento, forte e bravo, gela-me o corpo arrepiado.
Como por impulso, levanto-me e procuro onde possa escrever, sento-me no chão da varanda descoberta e, enquanto a brisa acaricia-me o cabelo como dedos imaginários, escrevo para ninguém.
Preocupações fúteis são levadas pelo vento inquieto, parecendo folhas caducas pairando no ar em rodopiares indecifráveis, perdendo-se por entre outras desconhecidas e desiguais. Fazendo-me assim, por momentos internos, perder-me neste espaço indefinido onde tudo me pertence e o tempo, que sempre se mostrou impaciente, com pesar deixasse parar para que possa admirar este mundo tão meu sem relógios a despertar.
Porém, sei que o mundo de fantasia que aprecio no silêncio destas palavras, desaparecerá quando voltar para a escuridão do meu quarto e refugiar-me nos seus segredos, tal como a luz dos candeeiros que me iluminam agora e perderão a sua magia quando a aurora despertar no horizonte não muito distante.


Foto:
www.olhares.com/Davidmfsg

Missing - City And Colour

1 comentário:

Anónimo disse...

Como escreves tão bem...
obrigada por partilhares esse teu mundo de fantasia.