quarta-feira, 22 de outubro de 2008

100


Não foram em vão as cartas que escrevi, sem remetente as enviei, será que o destino alguma vez as receberá?
As palavras foram gravadas, a partir do momento que foram transcritas para um papel indolente aos meus sentimentos, não as posso negar.
Não será o mundo que as perceberá, nem tu conseguirás ler o que apenas eu sei de cor, nem sempre quem jurou amar, amou.
Sensações intocáveis, vocábulos articulados mas não ouvidos, cartas com palavras desenhadas a tinta de uma caneta quase gasta, um perfume familiar esquecido com o vento.
É a minha recordação assim tão frágil para a deixares perdida nesse caminho que já nos pertenceu?
Prometi a mim mesma não esquecer o que se passou, mas são traços que perdem o vigor, músicas que deixam de tocar, momentos que tão longe parecem estar, que se assemelham a ilusão que construímos naquela noite de discussão.
Leva o pouco que restou, para que o nada não resuma a história que uma vez jurámos não apagar.

Foto: www.olhares.com/Dollitita

4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo teu centésimo post.
Parabéns pela forma como a tua escrita cresce de dia para dia, pela maneira como através de cada palavra consegues expressar o que te vai na alma, por conseguires comover aqueles que lêem os teus pensamentos.
Tens um dom que brota em cada palavra que escreves, obrigada por o partilhares.
Até :*

Paula Baltazar Martins

Anónimo disse...

Parabéns pelo teu 100.º post!

É sempre um enorme prazer ler as tuas palavras. Expressas os teus sentimentos de forma tal que nos permites viver o que escreves e despertas recordações adormecidas, que aguardavam pelas tuas palavras para nos fazer reviver momentos, emoções que pensávamos perdidos.
As tuas palavras ficam gravadas em quem as lê!
Nunca deixes de nos presentear com a tua escrita.

Até ;*

Áurea Dantas

Mar da Lua disse...

Não vou dar-te os parabéns pela forma como escreves porque essa é inerente a ti, indissociável, está-te gravada no corpo e na alma. Não vou dar-te os parabéns pelo 100º post porque - como costumo dizer - "isso são são os primeiros dias". Não vou, simplesmente, dar-te os parabéns mas vou - isso sim - falar-te da responsabilidade da continuação.
Quando entregamos de nós à altura de uma página em branco ou de um monitor vazio de sentido, estamos a criar laços. Assim como a raposa e o Principezinho, também tu agora te tornas responsável por aqueles que cativas com a tua forma de escrever o que trazes pendurado ao peito.
Fico à espera de mais ;)

Um abraço!

Patrícia Cruz

Pandora disse...

Um sincero obrigada a todas!

: )