quarta-feira, 9 de julho de 2008


Perdíamo-nos num presente incompleto, eram dias começados a meio e que acabavam antes do fim. Vivíamos numa inconstância tal, que nos esquecíamos que um dia tem vinte e quatro horas e não apenas as horas que podíamos estar lado a lado.
Os meses resumiam-se apenas aos dias em que podíamo-nos encontrar, os restantes eram apenas de espera.
Porém quando chegava a hora da despedida, tudo o que se tinha passado desde da minha chegada parecia se transformar num sonho, como as poucas vivências que partilhamos passassem a ser algo que sonhei, apenas uma ilusão.
Mas não era, o toque, os cheiros, os teus lábios nos meus, os sentimentos... jamais poderiam ser somente um fruto da minha imaginação, porque por mais que quisesse criar algo tão grandioso, seria impossível ser alcançado apenas por uma pessoa, pois são necessárias duas.
Neste momento, o presente deixou de o ser e é no pretérito perfeito, que de perfeito tem muito pouco, que conjugamos todos os nossos verbos.

2 comentários:

Anónimo disse...

também muito bonito.
eu adoro quando alguém consegue dizer coisas tão bonitas com os nomes dos verbos! =P

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Pandora disse...

Obrigada :)