quinta-feira, 3 de julho de 2008

Irmã II.


Chove lá fora, o vento ruge alto, bate fortemente nas nossas janelas, fazendo-as bater de força contra o parapeito.
Sentimos medo de quem grita tão alto, quem bate tão fortemente, mas na nossa casa, no nosso lar encontramos o conforto que nos falta lá fora, onde a tempestade derruba tudo a sua volta.
Vem para junto de mim, vem e deita-te no peito, embala-te ao som das minhas palavras, aquelas que teimo em dizer mesmo tu sabendo-as de cor. Ouve-as bem, como se fosse esta a primeira vez que te as digo, apesar de tantas vezes repetir nunca deixará de ser verdade.
“ Nem o guerreiro mais forte me faria parar de te proteger, nem mesmo o medo que tenho de morrer num batalha sangrenta, iria me impedir de dizer-te tudo isto, tudo aquilo que sinto, de te dizer que este amor tão puro que sinto, existe em mim há tanto tempo que nem me recordo quando começou, que apenas por ti e pela nossa família, aquela que nós amamos profundamente, não de nome, sinto algo tão grandioso, que me atrevo a dizer que nem o universo em todo o seu esplendor, nem o infinito mais profundo, seria maior do que o sentimento que reside em mim por vós, a minha família, a minha verdadeira casa.”
Aconchega-te agora a mesmo braços, abraça-me de força para que te sinta, para que oiça o teu coração que bate tão fortemente, por tão medo ter, por ser tão bravo e continuar a bater mesmo vivendo em plena tempestade, como um navio em pleno alto mar, lutando contra o naufrágio, para chegar ao seu porto seguro.
Mas, meu amor, estás agora no teu porto seguro, estás nos meus braços, descansa que logo de manhã o sol virá te buscar, para que juntos façam a aurora mais bonita de sempre.

1 comentário:

Anónimo disse...

São impressionáveis as tuas palavras. E ainda mais por se tratar de um sentimento derivado de um laço familiar. A familia, nascemos com ela, os amigos somos nós que os escolhemos. Tens muita sorte em teres uma irmã, e amiga. Aproveita bem, não é tão comum como pode parecer.

Abraço