segunda-feira, 7 de abril de 2008

O meu baú.


Estava ali deitada, meu corpo estava paralisado pela dor, apenas as lágrimas me percorriam o rosto.
Vivi aquela dor em silêncio, tentei convencer-me a mim mesma que aquilo passaria, que seria passageiro como todas aquelas as dores que sentira antes, mas a dor não passou.
Continuei paralisada, ouvia o meu coração a bater cada vez mais devagar, como quisesse parar no próximo suspiro.
As horas foram passando e eu ali continuei, ia ficando sem esperança que aquele sentimento de amargura fosse parar, tentei pensar noutra coisa, mas por mais que quisesse fugir daquilo que sentia, por mais que quisesse apagar tudo o que se passou, tudo o que me passava pela cabeça naquelas longas horas, todos os temas possíveis e imaginários que poderia pensar, levavam-me ao ponto de partida, levavam-me a recordar todos os nossos momentos, todos os nossos sorrisos, as nossas conversas sem pés e cabeça, das nossas teorias sem nexo, tudo aquilo que pertencia ao meu baú, onde teu nome está cravado e onde guardo tudo o que nos pertence.
Esta saudade afoga-me numa imensidão sem fim e apenas tu me podes salvar, porque tu és a única cura para a minha dor.

Foto: John William Waterhouse - Pandora(1896)

Sem comentários: