quarta-feira, 2 de abril de 2008


Como tu consegues ser tudo e nada, como consegues levar-me aos céus num só segundo, como consegues despedaçar meu coração com uma só palavra.
Quando estás junto a mim, não preciso de mais nada para além do aconchego dos teus braços, mas quando a tua presença é apenas um desejo, somente carrego no peito a dor da saudade.
Por enquanto, tenho que me contentar com a tua breve presença, apenas recordar as doces memórias daqueles dias cinzentos e as palavras dos nossos discursos pouco elaborados.

Foto:http://www.olhares.com/anamokarzel

2 comentários:

Anónimo disse...

Se tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca

É através da ausência que se escrevem as mais belas palavras, é quando nos sentimos mais inspirados, quando temos necessidade de dizer "cá para fora" tudo o que nos vai "cá dentro"

** =)

Pandora disse...

Gosto muito de Florbela Espanca, obrigada :)