quinta-feira, 22 de maio de 2008


Escrevi-te cartas, passei para palavras pensamentos que nunca antes tinha partilhado, dos sussurros que ouvia nas noites escuras da tua ausência escrevi textos, dos gritos de desespero da tua partida escrevi frases soltas.
Agora que tudo está apontado, são esses textos e frases que me fazem lembrar o que fomos e aquilo que deixamos de ser. Sempre te deixaste levar pelo vento, acreditavas que ele te levaria para o teu verdadeiro lugar.
“ Pelo menos o vento acaricia-me o rosto nas tardes de maior calor, é ele que me traz o cheiro do mar e do prado, é ele que leva-me para onde quero estar. “ As palavras que sempre me disseste, mas que nunca entendi. Onde é esse lugar? Qual é o cheiro do mar e do prado?
Foste e não voltaste, apenas me resta as cartas que escrevi, as que nunca leste, quero-te as enviar, mas não sei para onde foste e tão pouco quando regressas.
Quando chegares, encontrarás a nossa casa vazia, verás o que restou de nós. O vento tudo levou, tanto a ti, como a Nós também.

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